Assim como
Luíza Rabello, muitos estudantes brasileiros escolhem o
Canadá como destino de intercâmbio. Menos burocracia no processo para tirar o visto e preços menores se comparados aos Estados Unidos são alguns dos motivos que explicam a grande procura.
A estudante paraibana de
17 anos disse passou seis meses
"maravilhosos" na cidade de Barrie, que tem cerca de 150 mil habitantes e fica a aproximadamente uma hora de viagem de Toronto, na província de Ontario. Prestes a embarcar em um vôo de volta a João Pessoa, ela contou, na noite de sexta-feira (20), como decidiu se mudar para o país, e deu dicas para quem está pensando em passar uma temporada por lá.
Luíza era a única integrante da família Rabello no gélido país norte-americano no dia em que seus pais e irmãos gravaram o comercial que a tornou conhecida nacionalmente. Mas não foi a primeira a conhecer o
Canadá.
"Meu irmão fez esse programa também, e para ele foi maravilhoso, então eu só repeti", contou a estudante e agora garota-propaganda.
Embora nunca tenha experimentado a sensação de compartilhar uma residência com outros estudantes estrangeiros, a jovem recomendou a opção
"homestay", em que o intercambista fica hospedado em uma
casa de família durante sua estada.
"Morando em uma casa de família, você vive realmente a experiência da cultura", comentou ela.
"Quando fica com estudantes, geralmente é sempre intercambistas, então você não vive muito a cultura do lugar. Mas não posso falar porque não fiquei [em residência estudantil]."
Luíza não foi ao Canadá apenas para estudar inglês. Seu programa incluiu a
frequência em um colégio, onde disse ter feito
matérias obrigatórias do currículo
brasileiro para poder
concluir o segundo ano do ensino médio.
"Minhas aulas começavam às 8h e iam até 14h25. A escola era sensacional. Eu tinha quatro matérias, tive aulas de história, inglês, matemática e biologia." A jovem afirmou que, além de estudar como aluna regular, a experiência escolar também é uma das melhores formas de se adaptar ao idioma estrangeiro.
"Dá para aprender bem o inglês."
Outra dica da
intercambista mais conhecida do Brasil é que os estudantes optem por passar temporadas mais longas no país de intercâmbio.
"Seis meses é curtinho, mas é o tempo determinado para aprender inglês. Acho um mês muito pouco."
Gastronomia
Segundo ela, a comida canadense tem
"bastante fast-food", e os
restaurantes chineses, muito populares em todas as regiões do país,
"são maravilhosos". Dentro de casa, porém, as refeições não eram muito diferentes.
"Minha 'hostmother' era colombiana, então era muita comida da Colômbia, como feijão e chilli."
Curta duração
Mas quem
não tem tempo disponível para uma viagem tão longa também pode conseguir aproveitar os programas de
curta duração. Em maio do ano passado, a publicitária Gláucia Junqueira, de 34 anos, moradora de Campinas, no interior de São Paulo, passou
um mês em Vancouver, na província de British Columbia (Columbia Britânica), para estudar inglês.
As
belezas da cidade e os
preços, menores do que nos Estados Unidos, a fizeram optar pelo país.
“Fiz umas pesquisas pela internet, vi algumas fotos de Vancouver e me encantei pela cidade. Pelas imagens, Vancouver mostrou-se ser um lugar com uma beleza natural incrível, com praias, montanhas, muitos parques. Descobri também que a cidade oferecia uma excelente infraestrutura, graças principalmente às obras de melhorias realizadas para as olimpíadas de inverno que a cidade sediou em 2010”, afirma.
Para Gláucia, a experiência de
viajar sozinha para um país que nunca tinha visitado foi incrível.
“Sair do país sozinha por si só já é uma aventura desafiadora para quem o faz pela primeira vez. Depois vem as outras novidades: chegar a um lugar novo, morar com pessoas que acaba de conhecer, ir para a escola e encontrar gente que vem de vários cantos do mundo com outras culturas, idiomas, outros costumes.”
A publicitária conta que, para ela, no início foi
tanta informação que a cabeça ficou perdida.
“Mas a
adaptação chega logo para quem está aberto a essa experiência. No fim, a ideia que se tem é que o difícil de tudo isso é voltar e deixar lá todos os amigos com quem você conviveu durante o período de estudos".
Mais fácil de aprender inglês
Já a paulista Camila Ciampolini, de 23 anos, embarca em fevereiro para o
Canadá para um intercâmbio de
dois meses. Ela vai fazer curso de idiomas em Vancouver e está animada com a perspectiva da imersão no
inglês. Recém-formada em engenharia de alimentos pela Universidade de São Paulo (USP) no campus de Pirassununga (SP), Camila considera o inglês
fundamental para a evolução em sua carreira.
“Para entrar em vários processos seletivos das melhores empresas é preciso ter o inglês fluente”, diz a jovem, que faz estágio em uma grande empresa do ramo de bebidas.
'Caso Luíza' pode aumentar a procura pelo país
As empresas que vendem pacotes de intercâmbio para o
Canadá torcem para que o fenômeno na internet envolvendo a jovem
Luíza Rabello possa aumentar ainda mais a procura dos brasileiros pelos cursos de férias e intercâmbios no país.
“Este 'caso Luíza' acaba colocando o destino em destaque nas redes sociais, que hoje em dia são a melhor forma de atingir diretamente todas as classes socioeconômicas e faixa etária”, afirmou Debora Lorenzo, gerente de produto da Central de Intercâmbio (CI).
Visto
Para intercâmbios de
até seis meses, é possível entrar no país com
visto de turismo com permissão de estudo. Este costuma ser
mais barato e sair
mais rápido do que os outros. Para quem vai permanecer
mais tempo no país, no caso dos
estudantes de high school (quando cursam parte do ensino médio), é
necessário tirar o
visto de estudante. Neste caso, é preciso ter uma c
arta de aceitação da escola canadense,
documento de custódia (significa que alguém assume a guarda do adolescente durante o programa, geralmente o diretor da escola ou a família hospedeira), além de um
exame médico feito pelo próprio consulado.
Também é
possível solicitar o
visto de entrada única ou
múltipla entrada, que pode ser
válido por
até cinco anos,
sem limite de
entradas e
saídas do país. Independente do tipo do visto, o
ideal é que ele seja tirado
via despachante, pois a documentação chega
mais organizada ao consulado.
Preço
O governo canadense subsidia o estudo de estrangeiros para
aumentar a procura, por isso os cursos chegam a ficar até
30% mais baratos do que os dos
Estados Unidos, por exemplo.
Idiomas
No
Canadá é possível estudar
inglês e
francês. Em regiões como Quebec, o idioma é o francês.
Cultura
Assim como o Brasil, o
Canadá é um país
multicultural, por isso os moradores estão
acostumados com os
estrangeiros e costumam ser
simpáticos e receptivos.
“Temos famílias que depois que hospedam brasileiros pela primeira vez não querem mais receber alunos de outros lugares. Eles se identificam com a nossa cultura, até pela questão de futebol e pegam gosto pelo abraço”, diz Debora.
Localização e Turismo
O
Canadá possui uma das
melhores e mais famosas estações de esqui do mundo. No verão, a estação vira
pista de mountain bike.
Algumas cidades canadenses, como Toronto, por exemplo, ficam
próximas dos Estados Unidos. Os estudantes que optam por fazer intercâmbio no Canadá podem fazer
passeios de fim de semana em cidades
americanas.
Fonte: G1
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